Fundador de uma das mais tradicionais bandas de rock e blues de Campos, Luiz Ribeiro convida para uma viagem com os Avyadores do Brazyl no "Bar do Gordo" em frente à UENF nesta quinta-feira, dia 23, a partir das 23h30. Aproveitando a oportunidade, o blog entrevistou o "comandante" dos Avyadores.
Como você percebe a cena alternativa em Campos ultimamente. O fechamento do Bar do Estranho foi uma perda considerável?
O alternativo tem em Campos um público formado. Dê graças à net com sua informação democrática e à insistência de alguns malucos... rrrss... O Rock sempre teve muitas faces e interpretações, quem estima o porquê da rebeldia ou idéia de revolução vai no caminho das raízes,vai misturando culturas e acaba formando uma identidade. E isso vai além da música, é um compromisso político no sentido de influir na coisa do comportamento, de sugerir um visão estética mais aberta e não-conformista, de dizer não à desumanização...
O Estranho foi um espaço importante nesse processo, e o público ligado na cultura Rock tende a sempre buscar um local descontraído, longe dos apegos consumistas, das discriminações, etc. Hoje, o Bar do Gordo é um dos estabelecimentos em Campos que atende a esses quesitos. Música na veia, sem apelos “comerciais”,cerveja gelada,um papo esperto, já é.
Estamos próximos do segundo turno nas eleições na planície. Você acredita que algum dos dois ou os dois candidatos têm uma política voltada para artistas locais, em especial os músicos?
Na medida que a maioria dos músicos campistas vive no individualismo, não temos representatividade nem um canal aberto com a classe política, muito menos força para fazer qualquer pressão. Assim, não acredito nessa prioridade para a área cultural. Na verdade, até onde sei , a classe musical não foi convocada para opinar,eu vejo pessoas aparentemente sendo cooptadas e apoiando X ou Y, quando temos tantos problemas a serem equacionados e vão sendo sempre adiados. Sinceramente, certos músicos locais só incrementam esse clima de carnavalização de uma coisa importantíssima que é o passo-a-passo da democracia.
Como um dos maiores representantes dessa trincheira cultural em que vivemos, o que você acha que poderia ser feito pelo próximo prefeito (a) para valorizar esses músicos?
Qualquer governo que valorize a cultura local como um processo dinâmico vai trabalhar a idéia que os produtores dos bens culturais têm algo a dizer e não são apenas peças no tabuleiro de xadrez. Evento sem uma interface com educação e informação a longo prazo é uma coisa efêmera e sem objetivo. Por outro lado, precisamos ter o cuidado para não reproduzirmos a idéia de que “a culpa é do governo”. Os músicos campistas , repito , são na maioria, individualistas e acostumados a pensar pequeno.
Por fim, como vai ser esse show no "Bar do Gordo"?
Voltamos para a formação de trio,e na medida do possível,fazemos sempre questão de mudar o enfoque do show. Agora estamos tocando (de novo!) muito reggae pela influência do batera Huguinho,que também toca na Tribalion,excelente banda regueira. Não me ligo em ser rotulado como blueseiro. Apenas toco blues,também. E claro,vai ter muito. Coisas novas, músicas dos nossos CDs , Beatles, vai ser uma zoeira. Não vamos decepcionar!
Foto: Yuri Amaral
Nada
Há 5 anos
Um comentário:
Caro Gustavo, agradeço a força q vc tem dado ao nossso trabalho.O evento do dia 23 (Gordo) foi sucesso,bombou mesmo,um público sedento por Rock.Tocamos na empolgação e ainda vieramvários músicos p fazer uma jam conosco. Ficamos muito satisfeitos,na consciência de que o caminho é esse aí.A propósito,dia 27 de novembro a AB volta ao local do filme.Abs, Luizz Ribeiro.
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