quarta-feira, 13 de agosto de 2008

"Ateus são mais inteligentes"


Boa entrevista da repórter Luciana vicária, da revista Epoca desta semana que já está nas bancas. A entrevista é com o pesquisador britânico Richard Lynn (foto), que dedicou mais de meio século à análise da inteligência humana. Nesse tempo, publicou quatro best-sellers e se tornou um dos maiores especialistas no assunto. Nos últimos 20 anos, passou a investigar as relações entre raça, religião e inteligência. Ao publicar um trabalho na revista científica Nature, que sugeria que os homens são mais inteligentes, um grupo feminista o recepcionou em casa com o que ele chamou de salva de ovos. O mesmo aconteceu quando disse que os orientais são os mais inteligentes do planeta. “Faz parte do ofício de um cientista revelar o que as pessoas não estão prontas para receber”, diz. Ao analisar mais de 500 estudos, Lynn disse estar convencido da relação entre Q.I. alto e ateísmo. “Em cerca de 60% dos 137países avaliados, os mais crentes são os de Q.I. menor”, disse. Seu trabalho será publicado em outubro na revista científica Intelligence.
Sendo assim, vou continuar burro!!!

3 comentários:

Claudio Kezen disse...

Não sei se existe uma relação científica entre inteligência e religiosidade, já que o conceito de inteligência é subjetivo e cultural. Culturalmente é comum considerarmos inteligentes as pessoas bem sucedidas financeiramente, ou as famosas pelos seus dotes artísticos, esportivos e daí por diante.

Não me considerando ateu, nem sendo uma pessoa religiosa, me sinto à vontade para afirmar que a maioria das pessoas que buscam na religião respostas para suas questões existenciais são as menos críticas, as de visão de mundo mais conservadora e conformistas de uma forma geral, pelo simples fato de elegerem toda uma série metáforas e alegorias bíblicas - um livro escrito por homens - como A VERDADE a ser seguida. Ou, velhos lobos cansados que buscam abrigo por tantos descaminhos, o conforto por tantas desencontros.

Os ateus, por sua vez, não alcançam esta condição sem antes questionar dogmas, subverter verdades pré-estabelecidas, investigar sua natureza espiritual, etc...isto, no meu ponto de vista não os fazem mais inteligentes do que ninguém, apenas mais abertos à pluralidade das possibilidades humanas.

O fato é que a grande maioria dos cientistas, filósofos, escritores, intelectuais que marcaram com suas vidas os grandes avanços da humanidade se consideravam/consideram ateus.

Também é fato que é muito difícil para o homem comum aceitar que a existência é uma mera sucessão de fatos aleatórios, que não existe uma inteligência maior que a tudo controla e planeja, porque desta forma seríamos todos uns pobres mortais no sentido literal, sem continuidade ou algum tipo de prolongamento da experiência terrena.

Confesso que acho risível a leitura que as religiões fazem das grandes angústias humanas. Vejo com humor, quando por exemplo, o Sr. Bispo de Campos afirma num programa de televisão que todos nós faremos uma análise dos nossos atos e a seguir seremos julgados por Jesus Cristo quando da nossa morte. O que acontece quando morrem centenas de pessoas de uma só vez? Haja juiz para tanto julgamento, rs...

Porém, respeito profundamente as pessoas religiosas, e vejo no legado do homem Jesus o que de mais bonito existe no mundo: amor, tolerância, caridade e fraternidade. Admito que as figuras/símbolos de Jesus e Maria, ainda que eu não seja religioso me comovem. Maria pela sua misericórdia infinita e pela piedade incondicional por todos nós, pequenos, mesquinhos, egoístas, bélicos e ignorantes. Não há como não associar a figura de Maria à minha mãe, o que me remete aos rozários, aulas de religião e missas da minha infância quando até cogitei a possibilidade de ser padre. Acho que Deus existe, porque eu desisti da idéia.

Gustavo Rangel disse...

boa participação Cláudio. Religiosidade é sempre um assunto que gera polêmica. Concordo em boa parte de seu pensamento, mas acredito que nossa capacidade de "entender Deus" ainda é muito limitada. Einstein com toda sua inteligência, acreditava em Deus. Assim como não conseguimos entender bem a existência de Deus, como acreditar também que somos obra do acaso? Para que o ser humano existisse, teria que haver uma série de coinscidências pouco prováveis. A harmonia que rege as forças do Universo revela as combinações e alvos determinados, e por isso mesmo, revela um poder inteligente. Atribuir a formação primária ao acaso seria tão sem sentido, visto que o acaso é cego e não pode produzir efeitos inteligentes. Um acaso inteligente já não seria acaso. Abração!!!

Claudio Kezen disse...

Prezado Gustavo: Não ouso especular sobre a existência ou não de um Deus ou Deuses porque não me sinto embasado intelectualmente para tal. As questões que eu me atrevo a comentar dizem respeito a, na minha opinião, paupérrima abordagem que as religiões utilizam para investigar as coisas do espírito. Quanto a "harmonia que rege as forças do Universo revela as combinações e alvos determinados, e por isso mesmo, revela um poder inteligente", permita-me discordar frontalmente. A natureza/universo como é conhecida pelos mais modernos estudos científicos, mesmo sem a interferência humana, é um sistema frágil, desequilibrado, passível de grandes catástrofes naturais, epidemias que extinguem toda uma espécie de vida, causam superpopulação e morte por inanição de outras, evoluções que caminham para o fracasso,canibalismo,incêndios naturais, explosões repentinas de planetas e até mesmo galáxias, enfim, toda uma série de situações que não corroboram a visão idílica do mundo/universo/natureza perfeitos. Porém, a máxima do teatro francês é sempre atual: "assim é se lhe parece". Um grande abraço.